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Um blog sobre design e fotos para vinhos com case studies, tutoriais e dicas de vinhos, design e fotografia.

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Imagem do Mês de Agosto



Piano é uma marca forte, e como tal, criamos uma imagem limpa para representar o objeto que corresponde à marca. Por ser um vinho de entrada de gama, pensamos em fazer uma imagem direta da marca, para isso recorremos a  uma impressão gráfica simples com o verniz braille na palavra "Piano" e estampado nas teclas. Embora sejam mostradas apenas parte das teclas, imaginamos que tal como as teclas de um piano, de onde saem notas melodiosas para os ouvidos , com certeza, sairão notas saborosas deste vinho.
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A Importancia da Embalagem na Escolha de um Produto

Foto: Moema Quintas
Em 1972 John Berger escreveu no seu livro  O sentido da  vista: "nas cidades em que vivemos inúmeras imagens publicitárias chegam até nós todos os dias. Ao longo da história, em nenhuma sociedade tem existido semelhante concentração de imagens, nem tal densidade de mensagens visuais”. Trinta anos mais tarde em “Unique now...or never”, Jasper Kunde escreve: “ Alguns estudos demonstram que um cidadão ocidental normal recebe cerca de 10000 mensagens publicitárias cada dia (...)”. Como consumidores, experimentamos a densidade de mensagens visuais de Berger cada vez que vamos a uma loja. Ao entrarmos tropeçamos com um caleidoscópio de produtos e merchandising, fileiras e fileiras de produtos. O consumidor médio, se é que existe, olha o expositor e encontra opções e mais opções. Observa uma grande variedade de marcas, produtos, sabores, usos, preços e tamanhos e outros critérios de eleição.

Frente a tamanha quantidade de artigos, incidem uma série de factores racionais e emocionais. Estes factores têem uma importância capital sabendo-se que um consumidor não olha um produto mais que alguns segundos. A habilidade, do cérebro humano para reagir a semelhante mescla de imagens e mensagens competidoras, em ocasiões descritas como ruído visual, é extraordinária.

Tem-se levado a cabo muitos estudos para tentar compreender o processo que se inicia quando um consumidor olha um expositor e os produtos separados. Basta concluir que o ruido visual é um desafio para o designer de packaging
Como abrir caminho entre a amálgama visual para nos deparar com um novo produto? Como se cria uma presença visual que atraia os olhos do consumidor e tente ir mais além das suas acostumadas referências visuais?

O rosto da embalagem/rotulagem, que está no expositor deverá seduzir os consumidores, atrair sua atenção e despertar seu interesse, em suma, comunicar.
Frente a uma gama de produtos para escolher, os consumidores recorrem às experiências na hora de eleger o produto adequado, e pensa: “o que comprei da última vez?” Ou deixam-se influenciar pela publicidade visual, pelas promoções ou pela embalagem.
Neste contexto a diferenciação dos produtos é algo muito importante e todas as soluções de embalagens/rotulagem deveriam facilitar aos consumidores a percepção do produto desejado.
O papel principal do design na diferenciação dos produtos é dar consistência à proposta de um produto e explorar todas as caracteristicas da sua embalagem para atrair o mercado, seja através da imagem, da cor, linguagem, forma, ou inclusive a qualidade táctil dos seus materiais.
Na percepção visual a primeira realidade que se apercebe é a forma, depois a cor, as sensações tácteis e só após a mensagem.
Há que ter em conta portanto esta sequência a fim de se obterem elementos válidos de fascinação. A subtileza da forma ou a expressão cromática têem assim influência relevante para a aceitação ou rejeição dos públicos que se pretendem conquistar ou fidelizar.

Concretamente, o projecto de packaging tem implícito uma abordagem processual coerente, na qual são concebidos e geridos um conjunto de sistemas relevantes para a percepção e valorização do resultado final, na óptica empresarial e de consumo. Naturalmente que neste processo os aspectos relacionados com a percepção visual assumem um relevo particular, pois o seu adequado tratamento e desenvolvimento possibilita a sua tradução em factores indutores de:
- Fascinação (qualidade estética);
- Personalização e diferenciação (originalidade temática  ou conceito);
- Referência psicológica;
- Emoção (valor simbólico);
- Impacto (a pregnância formal);
- Notoriedade (memorização e retenção).

Neste contexto e remetendo estas questões para o Sector vitivinicola, compete-nos alertar para a necessidade de tomada de consciência de questões pertinentes no que concerne à imagem em geral e à embalagem/rotulagem em particular.  A diferenciação nos expositores perante a concorrência directa é fundamental para conseguir-se uma melhor e maior competitividade.


(António Quintas)

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Imagem do Mês de Maio

 A Imagem do Pai Abel foi feita tendo como base o conceito da imagem já utilizado pela Quinta das Bágeiras há algum tempo. Achamos por bem aproveitar a ideia do rótulo picotado nas marcas desta empresa e adaptamos ao paradigma de um selo, onde rótulo e contra rótulo estão juntos na frente da garrafa, embora "teoricamente" o contra rótulo possa ser separado do rótulo através de um picotado no terço inferior do rótulo. Neste terço encontra-se um carimbo que justifica o paradigma do selo e enfatiza o nome da marca "Pai Abel Chumbado", que não tem conotações negativas, antes pelo contrário.
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A forma dos rótulos e embalagens

A forma é uma consequência natural da disposição regular ou irregular de um agrupamento de linhas que pelo seu conjunto delimitam o espaço. É a primeira percepção do ser humano à realidade. Ela engloba e transmite um conjunto de informações em vista a um objetivo  específico.
No packaging, as formas mais utilizadas são o quadrado, o retângulo e algumas outras formas irregulares. Quando utilizadas em rótulos ou etiquetas, tem constrangimentos ao nível do suporte onde irão ser aplicadas.

Assim, nas garrafas do tipo Borgonha, mais redondas e mais bojudas, as formas retangulares não são muito aconselháveis na vertical. Devido ao constrangimento imposto, esta forma poderá e deverá ser utilizada na horizontal.

Garrafa borgonha com rótulo irregular horizontal. Esse rótulo foi executado há 10 anos atrás e, ainda hoje, continua atual


Tal como a linha, a forma rectangular sugere passividade, indolência e repouso. Terá que ser contrariada na sua composição estética informativa através da marca ou através de elementos apelativos com sinais ou artifícios conforme se destine a um determinado tipo de mercado, contrariando, deste modo, essa sugestão.

Dependendo, dever-se-á utilizar desequilíbrios estéticos provocando dinamismo mais acentuado ou subtil de acordo com o mercado alvo.
Quando falamos em desequilíbrios estamos a referir-nos a regras estéticas que são comuns às artes plásticas, por que esteticamente um pequeno rectângulo de 8cm por 10 cm comporta-se, tal qual uma tela de 80cm por 100cm.
Em  outro tópico revelaremos a divisão estética que deverá ser utilizada em qualquer espaço deste tipo.

Por seu lado, nas garrafas do tipo bordalesa, reportando-nos a forma rectangular, os rótulos deverão ser utilizados na vertical, por que, na bordalesa, pela sua forma esguia e cilíndrica e seu diâmetro de 8cm, se de utilizarmos o rectângulo na horizontal, ficará com pouca largura, com pouco espaço de visibilidade, de informação e de composição estética.
Há teóricos que continuam a apostar neste tipo de garrafa da forma rectangular na horizontal esquecendo-se que numa montra, onde existem milhares de marcas diferentes, há que chamar o mais possível a atenção através do volume gráfico do rótulo. Um rótulo colocado nesta posição também contraria a dinâmica estrutural do próprio objecto.

Em relação as formas irregulares é de evitar as formas triangulares e que, pelos seus ângulos agudos, sugerem agressividade e que têm também constrangimentos na aplicação.
garrafa bordalesa troncocônica com rótulo irregular vertical












Em relação as formas sensuais, onde predominam as curvas, estas podem ser utilizadas nestes dois tipos de invólucro, podendo-se também eliminar essa sugestão de sensualidade através dos elementos gráficos, de fascinação ou de equilíbrio.

No que diz respeito às embalagens propriamente ditas, as formas mais usuais são sem dúvida as regulares pela dificuldade, em termos de custos e técnicas, de desenvolver
outras formas volumétricas, restando ao designer a sua capacidade criativa de desenvolver num poliedro a fascinação adequada à apetência do público. Deve, contudo, neste caso, obedecer a regras elementares de composição e equilíbrio estético tal qual um pintor executa uma obra de arte.
(António Quintas)
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Imagem do Mês de Junho


Esta imagem trás o conceito das "Imagens Impossíveis". Para chegar a esse conceito, partimos do logotipo da empresa que é representado por uma rosa azul.Percebemos no logotipo a impossibilidade de existência de uma Rosa azul e da busca por algo impossível, " a perfeição".  A busca da perfeição de um vinho é simbolizada através das imagens impossíveis que ilustram os rótulos desta empresa. No ano passado fizemos o Ninfa branco, tinto e Lapa dos Gaivões tinto, neste ano fomos chamados a dar continuidade a sequência dos rótulos com o Ninfa escolha e Lapa dos Gaivões Grande Reserva.

Os rótulos são sofisticados e ao mesmo tempo modernos e lúdicos, o que traduz o carácter da empresa formada por duas gerações.


O rótulo  Ninfa Tinto, trás um pergaminho , onde supostamente estaria escrito a história da Ninfa.

O pergaminho está dobrado ou enrolado?
O Ninfa Escolha trás o que seriam os supostos cabelos da ninfa

Onde começam e acabam os cabelos?








Lapa dos Gaivões é um conjunto de rochas com pinturas rupestres Localizadas na Serra dos Louções
A imagem trás um nivelamento destas rochas.

Quantos sólidos há nesta imagem?






Os aneis da ninfa se entrelaçam por fora ou por dentro?














Assista abaixo um vídeo explicativo desta série de imagens:

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Qual o tamanho ideal das letras no rótulo?



Ergonomia visual é a disciplina que estuda a relação da dimensão necessária para a compreensão ou visualização de uma mensagem ou objecto em função da distancia. No caso específico do rótulo, temos que considerar o tamanho necessário a um lettring, mais concretamente à marca, para que seja facilmente perceptível no espaço que medeia a montra e o consumidor. Se utilizamos num rótulo a marca em caracteres tipográficos superiores ao indicado em função da distancia a que se observa, isto será uma acentuação, um exagero, esse sinal gráfico passa a ser um sinal plástico de fascinação, não devendo ter outros elementos plásticos que o contrariem.
Por outro lado, a marca transcrita em dimensões menores obrigará, por questões de fascinação, a uma maior complexidade recaindo, assim, numa situação que poderá provocar ruído visual. Este ruído, como o próprio nome indica, provocará rejeição tal qual um som alto ou estridente que nos perturba os ouvidos.

O normal na apresentação de uma marca é o sentido horizontal. É de fácil leitura e ergonomicamente bem resolvido, contudo é estático, pouco dinâmico e sem vibração e deverá ser complementado através da forma onde está inserido, através de linhas ou outros elementos de composição com outras formas mais dinâmicas que provoquem um desequilíbrio estético.

A inserção do nome da marca ao centro do espaço do rótulo, revela uma postura clássica tradicional.Tal qual a bandeira japonesa, que concentra em si própria a atenção e mensagem estética, ela deverá ser equilibrada com o peso calculado do espaço vazio circundante. Mas, achamos nós que para uma maior eficácia, se dividirmos o rótulo em três, a marca deverá ser colocada num espaço do primeiro ou segundo terço da divisão, conforme explicaremos quando falarmos sobre as regras estéticas de composição.

Quando é utilizada a nomenclatura da marca no sentido vertical, deverá ser também colocada no primeiro ou segundo terço com algo que a equilibre do lado oposto. Este desequilíbrio estético é fundamental para a aceitação, contudo, e neste caso, existem constrangimentos que têm a ver com o diâmetro e curvatura do invólucro.
No caso da marca ser transcrita na oblíqua, ela terá uma postura mais inusitada destinada, por isso mesmo, ao mercado jovem.

* Não devemos esquecer as exigências e constrangimentos provocados pelas comissões vitivinícolas.
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Imagem do Mês de Maio



A Imagem do Hibernus, palavra latina que significa inverno, foi baseada na tiragem deste Espumante que ocorreu no inverno nos meses de Fevereiro e Março, período zodiacal do signo de "Peixes "  que está representado no rótulo através de um traço horizontal e duas curvas laterais.
A garrafa escura, com design maciço,  nos dá a ideia de inverno, a gargantilha da cápsula leva a assinatura do enólogo e toda roupagem foi pensada num vinho que vá denotar caráter e elegância.



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O Conceito na Imagem dos Vinhos

Um conceito forte é um passo decisivo para o sucesso do projeto a desenvolver. Segundo este, são definidas regras que são consequência de uma pesquisa sobre um determinado tema ou ideia. O Conceito define uma história que está inserida na mensagem que se pretende transmitir e é baseado numa fundamentação que deriva da marca. Assim, poderemos encontrar a respectiva fundamentação do conceito em quatro vertentes: direta, indireta, subentendida e abstrata.

Fundamentação direta - é aquela que está diretamente associada à imagem ou ao objeto que representa a marca.

Fundamentação indireta - elimina alguns pressupostos demasiadamente evidentes para se concentrar em alguns elementos que os substituem.

Fundamentação subentendida - a imagem real é eliminada dando lugar a outra que poderá ter o mesmo significado.

Fundamentação abstrata - elimina toda a representação visual da imagem ou objecto transformando-a em códigos. 

Cabe ao designer decidir o tipo de fundamentação que irá utilizar de acordo com a marca versus mercado.




Casos práticos

Fundamentação Direta
Utilizamos a fundamentação direta no conceito desta marca que resultou na imagem do Moinho, tão comum na paisagem da Estremadura, embora representado através de um catavento.

Fundamentação Indireta
A imagem da Quinta do Mourão foi baseada num texto do século XIX e num brasão do século XIV existente numa capela da quinta. Fomos buscar no brasão, o desenho de uma estrela de cinco pontas , e, através desta estrela, representamos as 5 Quintas da empresa. Uma das pontas é destacada e representa a Quinta Mãe, ou seja, a Quinta do Mourão. Os socalços do Douro também estão representados na forma dos braços da estrela.
O produto comercializado desta empresa é destinado ao segmento alto. Privilegiamos, o aspecto cultural e a tradição de família no fabrico do vinho. O slogan construído para essa empresa " Há tradições que se cultivam" insere em si todo o conceito de imagem desenvolvido.


 Fundamentação Subentendida
No rótulo da Quinta de São Tiago, toda a Quinta e a região onde ela está inserida está representada por um cristal de gelo que simboliza o frio e a neve da Serra da Estrela.

Fundamentação Abstrata

No rótulo Alfocheiro de Tazen, as curvas do brasão do logotipo estão representadas de forma abstrata no cortante do rótulo.

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A Escolha do Rótulo


O mercado dos vinhos vem crescendo e esse crescimento tem gerado novos consumidores com novos estilos, novos gostos, o que nos dá novas possiblidades de  desenvolvimento dos rótulos, ao mesmo tempo que deixa o produtor embaralhado diante de tantas ofertas de conceitos e imagens. Neste post, tentaremos organizar os estilos existentes, de forma a contribuir na escolha do rótulo mais adequado para uma determinada marca.


Poderemos considerar, no mercado atual,  três principais tipos de correntes estéticas/formais no que diz respeito ao rótulo:

a) O clássico - Caracteriza-se por uma postura estético /formal, que tanto pode utilizar tendências decorativas exacerbadas, como tedências "minimalistas acentuadas". São destinados a marcas antigas onde observamos
a necessidade de um restyling, ou seja, adaptação do antigo existente aos padrões de estética atuais.
Os rótulos clássicos também são muito utilizados nos mercados fidelizados habituados com este tipo de imagem e que, entretanto, pretendem continuar a transmitir tradição e ancestralidade em suas novas marcas.




















b) O exótico/exuberante - Caracteriza-se pela utilização de elementos de fascinação bastante significativos que podem ser caricaturizados ou não. Para este tipo de rótulo, geralmente se utiliza imagens  de animais, objetos marcantes, letring arrojado, figuras do mundo infantil, etc. São destinados ao mercado jovem e produzem sentimento de aventura, descoberta e afetividade.



















c) O minimal - Caracteriza-se pela simplicidade gráfica, cromática e decorativa. Insere- se  no contexto atual da estética urbana e moda. Sendo mais assimilado por mercados intelectualizados, destina-se ao mercado médio e médio alto.


















As caracterizações do target (o setor do mercado a que se destina o produto), de cada uma das tipologias acima referidas, influenciam na aceitação ou rejeição da imagem, e devem ser consideradas e analisadas com bastante atenção no primeiro momento  da elaboração de um projecto. A partir daí, é que se define tipo de  rótulo mais adequado à marca e aos interesses do produtor.
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